O Brasil já registra mais de 1.300 casos de sarampo este ano, sendo 95% deles nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná, que passam por surto da doença, segundo o Ministério da Saúde. Além dos casos confirmados, há ainda 6 mil em investigação.

Neste ano, o Brasil perdeu seu Certificado de Eliminação do Sarampo, dado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Estávamos há 20 anos sem novos casos autóctones (casos que se originam na região onde se manifestam). A doença voltou a aparecer pois muitos estão deixando de vacinar seus filhos.

O Sarampo é considerado uma doença infecciosa grave. Seus sintomas incluem febre, tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo e mal-estar intenso. Após 3 a 5 dias, surgem as características manchas pelo corpo. A infecção é considerada muito contagiosa e o vírus é transmitido pelo ar (tosse, fala, espirro).

Os casos mais graves da doença ocorrem principalmente se adquirida por crianças, gestantes e pessoas com imunidade muito baixa. O Sarampo, quando complicado, pode evoluir para pneumonia, otite, encefalite (inflamação do tecido cerebral), podendo levar a sequelas e até a morte. Além disso, em gestantes o Sarampo pode causar abortos espontâneos e parto prematuro.

A vacina é a forma mais eficaz de evitar o Sarampo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação contra a doença evitou mais de 21 milhões de mortes no mundo entre os anos 2000 a 2017. Para manter o Sarampo erradicado em um país, é preciso que mais de 90% da população nacional esteja protegida.

GESTANTES NÃO DEVEM SER VACINADAS.

As Gestantes não devem ser vacinadas. Na gravidez, naturalmente a imunidade da mulher diminui e como a vacina é produzida com o vírus vivo atenuado, essa vulnerabilidade pode fazer com que a gestante que tome a vacina desenvolva a doença ou tenha complicações. Isso vale também para crianças com menos de 6 meses de vida e para qualquer pessoa imunocomprometida.

A recomendação é que a mulher que pretende engravidar mantenha suas vacinas atualizadas, para manter ela e seu bebê protegidos.

QUEM TEM CONTATO COM GESTANTE E BEBÊS MENORES DE 6 MESES TAMBÉM DEVEM SE PROTEGER.

É muito importante que profissionais de saúde e também adultos que têm contato com gestantes e bebês menores de 6 meses (irmãos, pais, cuidadores…) estejam com as vacinas em dia. Este grupo deve respeitar as seguintes recomendações:

  • Pessoas entre 1 e 29 anos que receberam apenas uma dose, devem tomar mais uma dose da vacina.
  • Quem tem 2 doses comprovadas não precisa se vacinar.
  • Quem nunca se vacinou ou perdeu sua Carteira de Vacinação deve tomar as 2 doses, se tem entre 1 e 29 anos de idade, ou apenas uma dose, para quem tem entre 30 e 49 anos.

VACINAÇÃO É EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA AS CRIANÇAS.

Desde ontem, dia 22 de agosto de 2019, a vacina contra o Sarampo deve ser feita em TODAS as crianças entre 6 meses e 11 meses de idade. É uma dose extra, chamada “Dose Zero”. O calendário vacinal deve ser respeitado normalmente (1 dose aos 12 meses e outra aos 15 meses de vida).

Vacinar é um ato de respeito ao próximo.

Por Dra. Débora de P. Soares Albuquerque, médica especialista em Medicina fetal do corpo clínico da Wave.

Fontes: Ministério da Saúde; OPAS Brasil, Folha informativa – Sarampo (agosto, 2019).