Nosso código genético pode ser explicado como as letras de um texto e as “etiquetas epigenéticas” representariam os pontos e vírgulas, os espaços e parágrafos que dão àquelas palavras um significado.

Do grego epi (além da) + genética, a epigenética estuda as áreas do nosso DNA que funcionam como chaves de liga/desliga. É o código epigenético quem dá instruções ao genoma de quando e onde os genes devem ser expressos.

Os padrões epigenéticos podem ser afetados por fatores ambientais, tais como alimentação, uso de drogas, exercício físico, stress, etc. Durante a gravidez, por exemplo, esses fatores podem influenciar os mecanismos epigenéticos do feto.

Evidências científicas têm demonstrado que muito mais que os genes, são as etiquetas epigenéticas que fazem com que genes sejam expressos ou permaneçam adormecidos, determinando pontos importantes da vida do futuro ser humano, dependendo dos sinais externos à célula. O desenvolvimento do feto dependerá do corpo da mulher que o carrega: o oxigênio, os nutrientes, o estilo de vida, o uso de hormônios, exposição a agentes, a alimentação… e a forma como tudo isso é ofertado irá influenciar diretamente na ativação e expressão gênica do embrião.

Assim, o que a mãe come, faz e sente determina sim como será seu filho até em nível genético! Viu como um adequado e completo acompanhamento pré-natal pode ser mais importante do que você imagina?

*Texto adaptado de entrevista dada à USP pelo Dr. Daniel Antunes, PhD em Genética.

Por Dra. Débora de Paula Soares, médica do Corpo Clínico da Wave.