As cólicas surgem nas primeiras semanas de vida e diminuem progressivamente após o 3º mês de vida. Essa situação é fisiológica e normal, pois o sistema digestório do bebê ainda está amadurecendo.

Na ânsia de resolver o desconforto do pequeno, a mãe restringe muitos alimentos e acaba empobrecendo o valor nutricional da sua alimentação. Porém, não há nenhum respaldo científico que indique a restrição de alimentos da mãe para melhorar as cólicas no bebê (exceto nos casos mais raros de alergia). Portanto: mito! A mãe não precisa restringir alimentos para não dar cólicas no bebê sem motivos.

Perante um alimento suspeito de causar alergia ou desconforto, a mãe fará a prova de exclusão, durante duas semanas, seguida da reintrodução do alimento, e de acordo com a indicação médica, só se manterá a exclusão nos casos confirmados. 

Em caso de antecedentes familiares com alergia a proteína do leite de vaca, propõe-se um olhar mais criterioso, avaliando também sangue e muco nas fezes e ganho de peso do bebê.

Também queremos deixar uma reflexão: nem todo choro do bebê é cólica. E se for, não vamos apenas buscar uma causa alimentar. Na prática, existem bebês que vão reagir a um determinado alimento, mas é raro e não devemos generalizar.

Se a mãe gosta de ovo, brócolis, feijão, pode comer! É saudável e não faz mal. Uma dica para as leguminosas (feijões, lentilha e grão-de-bico: deixar de molho em água por 12 horas e depois cozinhar com outra água).

Por Michele Chibior, nutricionista da Equipe Multidisciplinar aqui da Wave.