Setembro é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Desde 2015, aqui no Brasil, o Setembro Amarelo busca conscientizar sobre suicídio, depressão e outros transtornos mentais associados. Segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), 66% das pessoas conhecem alguém com depressão severa.

O termo “depressão pós-parto” é bastante usado nas conversas de mães e entre famílias, porém o termo mais adequado é “depressão perinatal”.

Isso porque na maior parte das vezes a depressão que é identificada no pós-parto já se inicia na gestação, mas não é diagnosticada nem tratada.

Acreditamos erroneamente que a mulher fica mais instável emocionalmente durante a gestação devido aos hormônios e por isso não levamos em conta os sintomas depressivos da mulher grávida, que podem ir piorando e ficando muito intensos depois que o bebê nasce.

Além disso há uma grande cobrança social para que a grávida esteja feliz e realizada com a gestação, o que nem sempre acontece. Todo esse cenário torna a depressão perinatal um tabu e de difícil diagnóstico.

Se não diagnosticada e tratada adequadamente, a depressão perinatal pode afetar o crescimento do bebê, complicar o nascimento ou comprometer a interação entre a mãe e o bebê, atrasando o neurodesenvolvimento da criança. Falar e procurar ajuda é sempre o melhor caminho, para a mãe, para o bebê e toda a família.

Por Dra. Patrícia Ehlke, psiquiatra da Equipe Multidisciplinar da Wave.